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domingo, 10 de agosto de 2008

Conto

A HISTÓRIA DOS TESOUROS
Num mundo bilhões de anos luz do planeta Terra três amigos Nuk, Melkon e Andrik se divertiam na cachoeira de águas cristalinas debaixo das gigantescas árvores que rodeavam o lugar. Eles eram curiosos, tinham ambição por um mundo melhor e exploravam todas as novidades que apareciam. Por causa dessa característica eles fizeram muitos descobrimentos. Mas também curtiam a natureza em todo seu esplendor, e a protegiam. Gostavam de olhar o céu estrelado para ver se descobriam novas constelações. Nesse dia em que os três nadavam na cachoeira Nuk percebeu uma caverna por detrás dela, os raios solares passavam por entre as fendas da caverna e iluminavam um ponto onde havia umas inscrições antigas com provavelmente milhares de anos. Logo ele chamou os outros dois amigos para decifrar o que dizia em tais inscritos. Depois de alguns dias estudando eles entenderam a mensagem que dizia que ali havia quatro tesouros que tinham grande valor em outra dimensão, cada um deles deveria ser possuído por só uma pessoa e depois de escolhido jamais ser trocado. Quem decidisse possuir esses tesouros deveria estar ciente que uma vez que partisse com o tesouro escolhido para outro mundo nunca mais retornaria, os quatro tesouros deveriam ser escolhidos por quatro pessoas ao mesmo tempo e elas iriam partir todas juntas, mas para isso deveriam cumprir uma tarefa cada uma. Tal tarefa que definiria o rumo que a pessoa tomaria se seria o norte, o sul, o leste ou oeste. Nuk, Melkon e Andrik pensaram muito sobre tomar uma decisão tão drástica em suas vidas, iriam se separar e ir para um mundo desconhecido. Chamaram então a quarta pessoa que era amiga deles e igualmente corajosa e desbravadora, tratava-se de Mika uma amiga que tinham em comum e companheira de muitas aventuras. Na mensagem havia ainda explicações sobre como deveria ser a partida e como deveriam ser executadas as tarefas que cada um iria cumprir para ter o tesouro que prometia muita prosperidade e felicidade em outro mundo. Eles se reuniram ao redor dos quatro tesouros e cada um fez a sua escolha e a partir daí não poderiam voltar atrás. Cada um pegou um pergaminho que estava dentro do baú contendo a tarefa a ser realizada, tiveram novamente que estudar pois a escrita era muito antiga para entenderem qual era a tarefa que estava em cada pergaminho. As tarefas eram muito simples, a de Nuk era guardar em um recipiente fechado um pouco de ar puro de seu planeta, Melkon teria de guardar água pura, Andrilk teria de levar para o outro mundo mudas de árvores frutíferas e hortaliças de seu planeta e Mika tinha uma tarefa um pouco mais complicada, pois teria que achar uma casa de abelhas para levar consigo para o outro mundo. A partida também seria simples, quando todos tivessem realizado suas tarefas iriam se encontrar ali fora na cachoeira onde quatro cavalos negros já estavam à espera deles. Cada um levou seu tesouro e guardou com seu cavalo. Andrik então saiu a procura de mudas de árvores frutíferas e hortaliças. Melkon e Nuk nem precisaram sair dali porque onde estavam tinha ar puro e água cristalina e pura. Quando Mika ia saindo à procura da casa de abelhas olhou para trás e percebeu que Melkon e Nuk já estavam livres de suas tarefas e pensou em chamá-los para ajudá-la, mas viu que eles estavam se acomodando ao pé da gigantesca árvore onde estavam amarrados os cavalos para tirar uma soneca e decidiu ir sozinha mesmo. O tempo foi passando e o dia foi escurecendo. E um homem que passava por perto da cachoeira viu aqueles quatro lindos cavalos e roubou o segundo cavalo que estava amarrado atrapalhando a ordem em que os quatro amigos tinham guardado seus tesouros. Mika e Andrik se encontraram pelo caminho e vieram juntos e ao chegar viram os outros dois dormindo e um cavalo a menos. Ficaram tão preocupados e acordaram Nuk e MelKon que deveriam ao menos ter percebido algum barulho mas dormiram profundamente sonhando com seus tesouros e não viram o homem levando o cavalo. Saíram às pressas Andrik Mika e Nuk enquanto Melkon vigiava os cavalos. Encontraram o cavalo negro ainda com o tesouro amarrado em seu lombo e ficaram aliviados levando o cavalo ao encontro de Melkon que esperava por eles para partirem. Eles imaginaram que o ladrão havia levado o primeiro cavalo por ser mais fácil de levá-lo sem fazer barulho e também porque ele gastaria menos tempo levando logo o primeiro cavalo que estava amarrado. Todos concordaram com essa idéia afinal parecia óbvia. Entretanto nesse momento sem querer trocaram os cavalos e por conseqüência os tesouros que estavam presos com os animais. Mika , Andrik Nuk e Melkon montaram nos cavalos e cavalgaram até um amplo campo e sob a luz do luar se despediram e conforme os pergaminhos viraram de costas cada um em uma direção, Andrik voltou-se para o norte, Melkon para o sul, Nuk para o leste e Mika para oeste e ao sinal de Nuk todos correram em cavalgada rumo aos seus destinos. E ao mesmo tempo fizeram a passagem para os quatro cantos de um mundo completamente desconhecido deles. Quando acordaram no novo mundo não tinham idéia que estavam numa galáxia chamada Via Láctea em um planeta chamado Terra. Eles estavam separados uns dos outros nem sequer sabiam que tinham ido para o mesmo planeta. Nuk olhou para o céu da cidade grande e não via a cor azul de seu lindo mundo mas uma cor acinzentada e lembrou-se do recipiente que trouxe de seu planeta contendo ar puro, abriu-o e liberou o ar que magicamente purificou todo o ar do planeta e ele ficou encantado com o poder dessa magia e com o lindo tom de azul que agora ele via no céu. Melkon chegou com sede e foi beber água em um grande rio que ficava a beira de dois lindos palácios mas tomou um susto ao sentir o cheiro da água que iria beber e ao olhar o lixo que tinha na outra margem do rio. Assim ele lembrou-se do vidro com água pura que havia trazido consigo porém ele não conseguia tirar a tampa que estava muito apertada e de tanto fazer força a tampa saiu de repente e a água caiu todinha naquele rio sujo. Melkon entrou quase em desespero, mas quando limpou as lágrimas de seus olhos percebeu que aquela água que caiu havia purificado toda a água daquele rio e toda água daquele planeta. Andrik acordou num lugar quente com muitas crianças e infelizmente muita fome e chamou as crianças para ajudá-lo a plantar as mudas de árvores frutíferas e hortaliças e todos ficaram chocados quando se viram no meio de um grande pomar de árvores carregadas de frutos e gigantescas hortas com os mais variados tipos de hortaliças, havia até legumes que eles nem haviam plantado e começou a crescer trigo a perder de vista e acabou a fome nesse planeta. Mika chegou num lugar frio e notou que as pessoas andavam desanimadas apesar da beleza e da organização do lugar, parecia que eles eram muito educados, porém não sorriam muito. E ela quis conhecer as pessoas dali e contou para um senhor que ela tinha uma colméia de abelhas e não sabia o que fazer com ela, ele então apresentou Mika a um amigo apicultor que se encantou com a peculiaridade da colméia que não era de abelhas agressivas e se adaptavam muito bem ao clima local. E da noite para o dia essas abelhas produziram uma quantidade infindável de mel e ele e Mika saíram distribuindo para as pessoas que ao provarem o mel sentiam uma profunda felicidade e os males da alma desse planeta se acabaram com o doce mel mágico. Todos os quatro amigos conseguiram abrigo com pessoas locais, havia um ser extra-terrestre que de outra dimensão estava olhando por eles, era o mesmo que tinha deixado o tesouro escondido na caverna atrás da cachoeira e estipulado todas aquelas regras que os quatro amigos acreditavam ter seguido à risca. Mas quando cada um abriu seus baús, eles não tinham mais o tesouro, cada um tinha um mapa a ser seguido. Movidos pela curiosidade e pela esperança de encontrarem o tesouro todos os quatro resolveram seguir o mapa. Às vezes em sonho dois ou mais dos quatro amigos conseguiam se encontrar e eles intuíram através desses sonhos que todos os mapas levavam a um mesmo lugar que por coincidência era uma cachoeira rodeada de árvores. Após algumas semanas de viagem, fazia um dia muito bonito e eles se encontraram numa estação de trem, ficaram tão felizes que não sabiam se riam ou se choravam, abraçaram-se até aquecer dentro de seus corações e foram procurar a cachoeira do mapa que não estava muito longe dali. Contaram uns para os outros muitas histórias sobre suas últimas semanas nesse planeta tão diferente. Por fim encontraram a cachoeira que estava em seus mapas e ficaram pensando “por que chegamos até aqui”. Reuniram seus baús e lembraram-se do cavalo roubado e concluíram que talvez o ladrão tivesse roubado outro cavalo e não o primeiro que estava amarrado como eles haviam pensado e se isso fosse verdade sem querer eles haviam trocado os cavalos e por conseqüência seus tesouros, quebrando uma das regras. Abriram os baús para guardar os mapas e encontraram uma mensagem ordenando que eles deixassem esses baús numa caverna que havia atrás daquela cachoeira. Em tal mensagem também dizia que eles deveriam escrever na parede da caverna que era iluminada pelos raios solares um texto tal qual o que tinha na caverna do planeta deles. Surpresos eles de olharam e cumpriram a ordem. Saíram dali sabendo que não teriam tesouros pessoais, mas que estavam num mundo com águas cristalinas, ar puro e fresco, comida para todos e muita felicidade entre as pessoas. Eles não precisavam de mais nada. E como faziam no seu antigo mundo foram se divertir na cachoeira e viver suas vidas. E muitos milhares de anos passaram-se até que alguns amigos que tomavam banho na cachoeira descobrissem os tesouros na caverna com uma mensagem complicada para decifrar e uma decisão a tomar.
Autora: Lauren Milán

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